Vereadores João Jorge, Beto do Social e Nunes Peixoto completam a lista de 7 parlamentares que recuaram do apoio à comissão após repercussão nas redes sociais
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iG Último Segundo
5 de janeiro de 2024
IG
A CPI das ONGs em São Paulo sofreu mais três baixas e não deve engatar neste ano na Câmara dos Vereadores. Os vereadores João Jorge (PSDB), Beto do Social (PSDB) e Dr. Nunes Peixoto (MDB) anunciaram nesta sexta-feira (5) que retiraram as suas assinaturas.
Ao todo, sete vereadores retiraram as assinaturas da proposta. Além do trio, os vereadores Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) também deixaram de apoiar a proposta.
Com isso, a comissão proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) conta com 17 assinaturas, duas a menos que o necessário para emplacar a CPI. Ao iG, o vereador informou que não deve retirar a propositura.
Nos bastidores, os vereadores apontaram preocupação com a repercussão negativa da comissão nas redes sociais. Os parlamentares foram alertados que a CPI poderia focar nas ações do padre Júlio Lancellotti e optaram por desistir do apoio.
Uma das preocupações dos vereadores é com as eleições de 2024. A repercussão negativa sobre uma investigação contra o padre poderia prejudicar a campanha eleitoral de outubro.
Outros vereadores apontaram desconforto com a ideia, mas mantiveram suas assinaturas. Entre as justificativas está um “acordo de coleguismo” que impera no Legislativo para emplacar projetos na Câmara.
Rubinho Nunes negou que Lancellotti seria o foco central da comissão, mas não descartou ouvi-lo nas investigações. Já o padre disse à reportagem que não se sentiu atingido pelo requerimento.
Ao jornal O Globo, Rubinho Nunes acusou Júlio Lancellotti de apoiar ONGs que fornecem alimentos, mas não disponibilizam acolhimento aos dependentes químicos e moradores de rua. Nunes ainda chamou o padre de “cafetão da miséria” e afirmou que as ações dele “retroalimenta a situação das pessoas” de rua.
A declaração causou repercussão negativa na internet, com suspeitas de possível perseguição sobre o trabalho do religioso. Nas redes sociais, Nunes foi acusado de “ir contra os cristãos” e de tentar minar o trabalho social das ONGs.
Após a repercussão, a Arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota em que se diz “perplexa” com as notícias de que o religioso estaria no centro da investigação da CPI. A instituição disse que a possibilidade de abertura de uma comissão “coloca em dúvida” a atuação do padre no serviço pastoral à população em situação de rua.
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