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Sítio arqueológico é encontrado em obra do Minha Casa, Minha Vida

Sambaquis podem ser mais antigas que as pirâmides do Egito e sua construção também é cercada de mistérios; 43 esqueletos foram encontrados em São Luís (MA)

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iG Último Segundo

6 de janeiro de 2024

IG

Esqueleto encontrado em obras do Minha Casa, Minha Vida no MaranhãoReprodução/W Lage Arqueologia

Em São Luís (MA) uma escavação para a construção de condomínios do Minha Casa, Minha Vida encontrou esqueletos e diversos itens arqueológicos enterrados em um sambaqui, um monumento pré-histórico que pode ser mais antigo que as pirâmides do Egito.

Ao todo, quarenta e três esqueletos humanos foram encontrados na obra no bairro Vicente Fialho, em São Luís. Ao todo, mais de 100 mil fragmentos de ferramentas de pedra, carvão, ossos, conchas e cerâmicas foram localizadas.

Essa não é a primeira vez que um sambaqui é localizado em São Luís durante obras de engenharia. Em 2011, durante as obras de construção de uma Via Expressa, foi descoberto o sambaqui Vinhais Velho, também em São Luís.

Mas o que é um sambaqui?

Um sambaqui é considerado um sítio arqueológico e é formado pelo acúmulo de restos de animais e sedimentos. Os sambaquis são morros que foram construídos por diversas gerações de povos pré-históricos, que habitavam a região há cerca de 8 mil anos atrás. Especialistas afirmam que alguns sambaquis podem ter 30 metros de altura.

Segundo especialistas, os sambaquis podem ter sido utilizados para acumular restos de cozinha, com fins funerários ou até mesmo para marcar território, e nesse caso, seriam vistos à distância.

Onde os sambaquis são localizados?

No Brasil, existem três regiões distintas de localização dos sambaquis: Na costa entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Sul; na beira de rios em São Paulo; na margem de rios amazônicos em Rondônia e no Pará, além do litoral do Pará e do Maranhão.

Existem cerca de mil sambaquis conhecidos no Brasil, a maioria está localizada no Sul e no Sudeste. No litoral Salgado, entre a Ilha de Marajó, no Pará, e o Rio Gurupi, no Maranhão, existem cerca de 40 Sambaquis.

O sambaqui mais antigo do Brasil é chamado de Capelinha e é localizado às margens do Vale do Ribeira (SP). Nesse sambaqui, pesquisadores encontraram um esqueleto com mais de 10 mil anos de idade. A pirâmide de Djoser, no Egito, é considerada uma das mais antigas do mundo e possui 5 mil anos de idade.

Um dos maiores mistérios envolvendo os sambaquis diz respeito a conexão entre os povos que os construíam, os chamados sambaquieiros. Os especialistas ainda buscam descobrir se havia algum tipo de conexão entre as populações sambaquieiras da região amazônica e da região costeira, por exemplo.

Em entrevista ao portal G1, a arqueóloga Veronica Wesolowski, professora do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, explicou que existem diferenças entre os sambaquis da região sul-sudeste com os do norte, por exemplo:

“Ao longo de 7 mil anos de ocorrência, os grupos atlânticos guardam uma estrutura cultural comum, que se expressa no conjunto de artefatos (entre o sul de São Paulo e Santa Catarina encontramos esculturas de pedras em formato de animais muito parecidas), no padrão construtivo do sambaqui e no programa funerário: é um jeito muito específico de tratar os mortos”, diz Wesolowski.

Outro item que pode indicar a diferença de gerações que construíram os sambaquis é a presença de cerâmica. Esse material só aparece nas camadas superiores dos sambaquis do Sul e Sudeste, enquanto nos sambaquis da região amazônica, a cerâmica está presente em todas as camadas.

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