Cassiano Tete Teodoro já foi alvo de uma investigação por voos irregulares
por
Lara Tôrres
3 de janeiro de 2024
IG
O piloto Cassino Tete Teodoro, responsável pelo helicóptero que desapareceu no último domingo (31), a caminho de Ilhabela, no litoral de São Paulo, já foi investigado por realizar voos irregulares e teve sua licença para voar cassada de 2021 a 2023, ficando proibido de fazer voos comerciais de passageiros.
Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos; sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sawunoto, de 20; e um amigo, identificado como Rafael, além do piloto (não identificado) estavam no voo. A Força Aérea Brasileira (FAB) já realizou mais de 15 horas de buscas pelo helicóptero.
Uma das investigações contra Cassiano começou em 2020, após ele ter que fazer um pouso de emergência de um helicóptero no terraço de um prédio na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
O acidente terminou sem feridos e foi investigado pelo Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV). A apuração aponta que a aeronave apresentou tendência de giro involuntário para a esquerda e perda de sustentação.
A ANAC também investigou os indícios de prestação irregular do serviço de táxi aéreo, pois Cassiano não tinha autorização para ofertar voos remunerados. Num dos processos, em 2016, ele foi acusado de fraudar o sistema de plano de voo, informando a matrícula de uma aeronave diferente da que ele usava.
Tal conduta foi considerada um “caso grave de apresentação de informações falsas ao órgão de controle do espaço aéreo no intuito de obter vantagens pessoais ao decolar com aeronave não autorizada”.
Teodoro foi multado por conduta irregular em plano de voo, sofrendo uma suspensão cautelar de 93 dias em 2017, e outra de 73 dias em 2019, por indícios de transporte aéreo clandestino. As suspensões também afetaram duas aeronaves pilotadas por ele.
Em 2022, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a Cassiano e a empresa CBA Investimentos se abstivessem de prestar qualquer tipo de serviço de navegação aérea.
O MPF destacou que Cassiano “em nome de tais empresas ou em nome (ou codinome) próprio, vinha ou segue ainda operando serviços de táxi aéreo, ou panorâmicos, de forma desautorizada e ilegal, colocando em risco, não apenas o espaço aéreo, como também, a integridade física de consumidores de tais serviços, além da integridade e segurança dos próprios agentes fiscalizadores da ANAC.”
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