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Papa usa benção natalina para pedir fim da guerra em Gaza

Francisco dedicou boa parte de bênção natalina ao conflito

por

Ansa

25 de dezembro de 2023

IG

Papa Francisco durante um pronunciamento no VaticanoReprodução/Instagram

O papa Francisco usou sua bênção de Natal nesta segunda-feira (25) para fazer mais um apelo em defesa da paz no mundo, especialmente no Oriente Médio, palco de uma guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas que já deixou mais de 20 mil mortos.

Em sua mensagem “Urbi et Orbi” (“À cidade e ao mundo”), pronunciada para uma multidão de fiéis reunidos diante da Basílica de São Pedro, o líder da Igreja Católica disse que “o olhar e o coração dos cristãos estão voltados a Belém”, cidade da Cisjordânia identificada como local de nascimento de Cristo e onde, segundo o pontífice, “hoje reinam a dor e o silêncio”.

Durante o pronunciamento, o Papa afirmou que o mundo é palco de muitos “massacres de inocentes”, desde o “útero materno”, em referência à permissão ao aborto em diversos países, passando pelas “rotas dos desesperados em busca de esperança”, em aceno às crises migratórias no planeta, até “as vidas das crianças cuja infância é devastada pela guerra”, a quem ele definiu como “os pequenos Jesus de hoje”.

“Dizer ‘sim’ ao príncipe da paz significa dizer ‘não’ à guerra, a qualquer guerra, à própria lógica da guerra, uma viagem sem destino, derrota sem vencedores, loucura sem desculpas. Mas para dizer ‘não’ à guerra é preciso dizer ‘não’ às armas, porque se o homem, cujo coração é instável e ferido, tiver instrumentos de morte entre as mãos, cedo ou tarde ele os usará. 

E como se pode falar de paz se aumentam a produção e o comércio de armas?”, questionou Francisco.

Jorge Bergoglio ainda criticou a quantidade de dinheiro público destinado a armamentos e expressou solidariedade às populações de Israel e Palestina, especialmente às “comunidades cristãs de Gaza e de toda a Terra Santa”. Além disso, condenou o “execrável ataque” cometido pelo Hamas em 7 de outubro – sem citar o grupo nominalmente – e fez um novo apelo pela libertação de reféns.

Por outro lado, fez uma súplica pelo fim das “operações militares, com seu assustador rastro de vítimas civis inocentes”, e para “que se ponha remédio à desesperada situação humanitária” em Gaza.

“Que não se continue a alimentar violência e ódio, mas se dê início à solução da questão palestina através de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, sustentado por uma forte vontade política e pelo apoio da comunidade internacional”, ressaltou.

Crises no mundo

Como de hábito na bênção natalina, o Papa também abordou uma série de crises mundo afora, com um pensamento para “a população da martirizada Síria, aquela do Iêmen, que ainda sofre”, e para o “caro povo libanês reencontrar em breve a estabilidade política e social”.

Em seguida, Francisco pediu paz na Ucrânia e expressou “solidariedade espiritual e humana a seu povo martirizado”. “Que se aproxime o dia da paz definitiva entre Armênia e Azerbaijão, favorecido por iniciativas humanitárias, pelo retorno dos deslocados às suas casas em legalidade e segurança e pelo respeito recíproco às tradições religiosas e aos lugares de culto”, declarou.

Bergoglio ainda instou as pessoas a não se esquecerem das “tensões e dos conflitos que chacoalham a região do Sahel, o Chifre da África, o Sudão, Camarões, a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul”, e desejou a reconstituição dos “vínculos fraternos na Península Coreana, abrindo percursos de diálogo e reconciliação que possam criar as condições para uma paz duradoura”.

Na sequência, o pontífice dedicou uma mensagem às Américas. “Que o filho de Deus inspire as autoridades políticas e todas as pessoas de boa vontade do continente americano, para que se encontre soluções para superar as divergências sociais e políticas, para lutar contra as formas de pobreza que ofendem a dignidade das pessoas, para reduzir as desigualdades e para enfrentar o doloroso fenômeno das migrações”, disse.

Segundo o Papa, é preciso dar voz para quem não a tem, como “os inocentes mortos por falta de água e pão”, aqueles que “não conseguem encontrar um trabalho” ou os que “são obrigados a fugir da própria pátria em busca de um futuro melhor, arriscando a vida em viagens extenuantes e à mercê de traficantes sem escrúpulos”.

Conflito em Gaza mundo

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