Presidente lamenta 'genocídio' e repudia ações do governo de Benjamin Netanyahu no Oriente Médio
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iG Último Segundo
27 de fevereiro de 2024
IG
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar os ataques feitos por Israel na Faixa de Gaza. Após chamar as investidas do governo israelense de “genocídio” e compará-las ao Holocausto, o presidente da República reafirmou seu posicionamento.
“O governo de Israel quer efetivamente acabar com os palestinos na Faixa de Gaza. É isso. É exterminar aquele espaço territorial com o povo palestino para que eles ocupem. Não tem outra explicação”, disse Lula, em entrevista ao canal “RedeTV”.
“É só você ler o depoimento dos Médicos Sem Fronteiras… Pega depoimento da Cruz Vermelha. Pega criança dizendo que prefere morrer do que ser tratada do jeito que estão sendo tratadas, sem anestesia. Isso é genocídio ou não é genocídio?”, acrecentou.
Lula se tornou “persona non grata” em Israel após dizer que as ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu podem ser comparadas com as de Adolf Hitler na 2ª Guerra Mundial.
Mesmo com a repercussão negativa em Israel e os ataques feitos pela oposição, Lula manteve seu posicionamento e lamentou as mais de 29 mil mortes de palestinos em Gaza. “Eu considero um genocídio porque é um Exército amplamente armado atacando uma parte da sociedade indefesa”, comentou o chefe do Executivo.
Na entrevista, Lula também afirmou que não esperava a compreensão de Netanyahu. “Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Eu não esperava, porque eu conheço o cidadão historicamente há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente”, acrescentou, fazendo referência ao premiê israelense.
Lula também fez questão de explicar que jamais ofendeu os judeus. “Nunca misturo a atitude de um povo com a atitude de um governante. E o que eu quero dizer em alto e bom som é o seguinte: o primeiro-ministro de Israel está praticando genocídio contra mulheres e crianças”, reiterou.
O petista ainda lembrou que condenou os ataques feitos pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023. Porém, Lula frisou que seria hipócrita caso não fizesse o mesmo com os bombardeios de Israel.
“A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra”, disse. “Eu não posso condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o Estado de Israel (…) fazendo com inocentes as mesmas barbaridades”, completou.
Após a repercussão das falas, Lula viu mais de cem deputados assinarem um pedido de impeachment contra ele. Segundo os parlamentares, o presidente da República teria cometido crime de responsabilidade com as declarações.
O pedido, entretanto, deverá ser arquivado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Aliados de Lula, ao mesmo tempo, não acreditam que um processo de impeachment possa ser realizado neste momento.
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