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Governo vai deixar deputado que assinar impeachment sem emenda

Representantes do Governo Lula avisaram que verbas não serão liberadas para estes parlamentares

por

Naian Lucas Lopes

27 de fevereiro de 2024

IG

Palácio do PlanaltoReprodução

Após cerca de dez dias de silêncio desde que a oposição começou a se movimentar na coleta de assinaturas do pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo começou a se movimentar nos bastidores para esvaziar a relação. O recado que foi dado aos parlamentares é de que quem estiver na lista não terá um só real liberado das emendas parlamentares, inclusive as impositivas.

A notícia foi dada pela Folha e confirmada pelo Último Segundo de que o governo federal usará a barganha das emendas parlamentares como forma de esvaziar a lista. Pessoas ligadas à administração confirmaram que a estratégia não é uma ameaça, mas um recado do que será feito.

Nos bastidores, pessoas ligadas à Casa Civil têm dito a deputados federais que não haverá negociação: assinou o pedido de impeachment, fica sem emenda liberada em 2024.

O contragolpe do governo foi acordado, inclusive, com Arthur Lira (PP), presidente da Câmara que esteve com o presidente Lula num happy hour na semana passada.

Ali, o líder do parlamento brasileiro foi comunicado da estratégia e aprovou, garantindo que não fará pressão para a liberação das emendas para deputados federais que assinarem o pedido de impeachment.

Embora boa parte dos parlamentares que assinaram o pedido – o número beira os 140 – seja de oposição, há nomes ligados ao governo, inclusive de partidos como o PSD, MDB e Republicanos, que têm cargos no primeiro escalão, com ministério dentro do governo federal.

Lula estuda, inclusive, a demissão de ministros dessas legendas, mas isso somente em último caso porque essas legendas também dão sustentabilidade para a aprovação de pautas importantes.

Outro problema, esse mais sério e que tem tirado o sono de deputados, mesmo os de oposição, é o bloqueio das emendas impositivas. Deputados do PL e que são bolsonaristas sempre se sustentaram desde o início do governo Lula com a liberação forçada das emendas impositivas porque a administração quase não tem controle sobre elas, ficando a cargo de Lira.

Perder repasse para os municípios, que são considerados currais eleitorais importantes, justo num ano de eleições municipais afetaria a geografia política do parlamento.

Esses deputados sabem que, se não mandarem recursos para os prefeitos se reelegerem, para elegerem os sucessores e para candidatos a vereadores, fatalmente perderão a base de sustentação para a campanha em 2026 e correm risco de ficar fora da Câmara na próxima legislatura.

É justamente essa a aposta do governo Lula. Embora não se confirme, a Casa Civil estima que, só com essa negociação fechada com Lira, é possível forçar a retirada de pelo menos 15% dos nomes que já constam na lista, o que diminuiria o pedido dos atuais 140 para 119, o que é menos impactante. Ainda assim, Lira já garantiu que o pedido irá para sua gaveta e não tem chance de ver a luz do dia.

Congresso Nacional governo Lula

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