Segundo a ministra do Meio Ambiente do Brasil, o relatório final do encontro apresenta opções, mas está mais fraco que os rascunhos anteriores
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iG Último Segundo
11 de dezembro de 2023
IG
Nesta segunda-feira (11), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, fez seus comentários durante a cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP28. Segundo ela, o relatório que está sendo produzido pautado nas discussões do encontro precisa adotar uma linguagem “clara e forte” sobre o uso de combustíveis fósseis.
Marina diss: “A métrica do sucesso da COP depende da linguagem em relação aos combustíveis fósseis. É preciso uma linguagem clara em relação a essa questão para viabilizar os meios para a adoção de energias renováveis e os meios para tirar o pé do acelerador dos combustíveis fósseis”.
Dentre os principais responsáveis pela emissão de gases poluentes, que agravam o efeito estufa, levando ao aquecimento global, estão o carvão mineral, gás e petróleo.
A tese de que os países precisam abandonar o uso de combustíveis fósseis, ou ao menos diminuir o uso, é altamente defendido por uma parte da sociedade civil e por alguns países participantes da COP28. O Brasil, no entanto, defende uma diminuição do uso de tais combustíveis em breve, sendo necessário que os países mais ricos iniciem a adoção de tais políticas.
A ideia brasileira visa permitir que os países em desenvolvimento — incluindo o Brasil — possam continuar explorando e usando o petróleo por mais um tempo. Isso porque os países mais ricos possuem um histórico de maior emissão de gases poluentes e por terem mais recursos financeiros e tecnológicos para uma transição energética. “Os países desenvolvidos precisam liderar essa corrida”, disse Marina.
Entretanto, o documento que está sendo escrito pela COP28 traz diversas opções para a redução da emissão de gases poluentes, mas não para chegar a uma “eliminação gradual” dos combustíveis fósseis.
Marina Silva ressalta ainda que são importantes para o sucesso da COP que a agenda de adaptação e as ambições para a mitigação tenham um progresso.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, as discussões trazidas no texto são “um retrocesso ao que vem sendo debatido até agora”, tendo como comparação os rascunhos anteriores. “Antes a gente tinha menções claras ou pelo menos propostas de menções claras ao phase out de combustíveis fósseis. Algumas com certa linguagem mais explícita, outras mais conservadoras. Essa linguagem existia e essa linguagem saiu do texto”.
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