Segundo a pesquisa, o índice representa a marca mais desfavorável dos últimos três anos; entenda
por
Bruna Correia
27 de dezembro de 2023
IG
O desempenho das vendas no varejo físico na semana que antecedeu o Natal apresentou uma queda de 1,4%, em contraste com o mesmo período de 2022, revela pesquisa conduzida pela Serasa Experian. Este índice representa a marca mais desfavorável dos últimos três anos.
A pesquisa analisou vendas do varejo físico na cidade de São Paulo. Os resultados revelam que durante a semana do Natal, as vendas apresentaram uma redução de 1,2%, enquanto no final de semana correspondente, a queda foi ainda mais acentuada, atingindo 9,6%.
O “Indicador de Atividade do Comércio” examinou minuciosamente as transações comerciais ocorridas entre os dias 18 e 24 de dezembro. O percentual de queda observado nesse período só não superou o registrado em 2020, o primeiro ano da pandemia da covid-19, quando as vendas apresentaram uma redução significativa de 10,3%. Em contrapartida, em 2021, o levantamento revelou um incremento de 2,8% nas vendas do varejo físico. No ano anterior, o crescimento registrado foi mais modesto, atingindo 0,4%.
A análise detalhada da pesquisa também aponta que a queda nas vendas se acentuou consideravelmente durante o final de semana do Natal, compreendido entre os dias 22 e 24 de dezembro, registrando um declínio expressivo de 10,7%.
O economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, observou que a escolha do domingo como dia de véspera natalina pode ter exercido influência significativa na diminuição das transações comerciais durante o final de semana.
O Rabi defende ainda que “a prioridade dos consumidores foi a reestruturação financeira”. O economista afirma que as pessoas optaram “por utilizar o 13º salário para o pagamento e renegociação de dívidas, deixando as compras e presentes de Natal em segundo plano”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no começo de dezembro que o setor apresentou uma redução de 0,3% nas vendas de setembro para outubro, revertendo o crescimento de 0,5% observado no mês anterior. No acumulado do ano, o setor registra um aumento de 1,6%, enquanto nos últimos 12 meses a elevação é de 1,5%.
Com base no desempenho, o setor opera atualmente 4,4% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, pré-pandemia, enquanto se situa 2% abaixo do pico mais elevado da série histórica, conforme destacado pelo IBGE. O instituto ressalta que, desde fevereiro, as variações apresentadas pelo setor têm se mantido muito próximas de zero, caracterizando uma leitura de estabilidade em todos os meses, com exceção de março (0,7%), maio (-0,6%) e julho (0,7%).
Apesar da resistência demonstrada pelo setor, impulsionada por um mercado de trabalho mais dinâmico, o mesmo tem enfrentado dificuldades para obter um crescimento substancial. A persistência de números próximos a zero é atribuída à pressão exercida pela elevada taxa de juros, que atua como um fator inibidor do consumo, especialmente no que diz respeito a bens duráveis.
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