Fundo árabe está de olho na empresa, alvo de disputa entre Odebrecht e Petrobras
por
Brasil Econômico
11 de dezembro de 2023
IG
A Braskem, responsável pela mina 18 em colapso em Maceió, há anos está sob os holofotes da venda. A petroquímica é controlada pela Novonor, antiga Odebrecht, em conjunto com a Petrobras. A Novonor detém 50,1% do poder de voto na empresa, com um faturamento anual de R$ 96 bilhões. No entanto, a ideia de negociação da Braskem se intensificou após a Odebrecht enfrentar um turbilhão financeiro decorrente dos escândalos associados à Operação Lava Jato, resultando em sua recuperação judicial com uma dívida de R$ 98,5 bilhões, o maior caso desse tipo no país até então.
A crise da Odebrecht levou à necessidade de alienar sua participação na Braskem, que se tornou um dos principais ativos para a sua recuperação. Ações da petroquímica foram colocadas como garantia para empréstimos na ordem de R$ 14 bilhões a bancos como Santander, Banco do Brasil, BNDES, Bradesco e Itaú.
O conglomerado holandês LyondellBasell, em determinado momento, expressou interesse na aquisição da Braskem, mas recuou em junho de 2019, citando uma análise cuidadosa de riscos. Este movimento ocorreu pouco tempo após o Ministério Público Federal de Alagoas mover uma ação civil pública contra a Braskem, suas controladoras e órgãos reguladores envolvidos na fiscalização das atividades nas minas de Maceió, processo que atualmente vale R$ 27,6 bilhões.
A desistência dos holandeses gerou uma disputa entre a Odebrecht e a Petrobras quanto à estratégia de venda da petroquímica. Enquanto a Petrobras buscava se desfazer dos ativos, a Odebrecht procurava valorizar a empresa antes de qualquer negociação.
Recentemente, a Adnoc, empresa petrolífera de Abu Dhabi, propôs adquirir a parcela da Novonor no negócio por R$ 10,5 bilhões. Adicionalmente, a Petrobras, após mudanças no governo, considera expandir sua participação na Braskem.
Outras propostas pela Braskem partiram da Unipar e da J&F, sem avanços concretos. Atualmente, a empresa é avaliada em cerca de R$ 14,2 bilhões na bolsa, conforme a cotação de 7 de dezembro. A situação se complica com a crise ambiental em Maceió, o que pode dificultar ainda mais a venda.
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