Fui recebido pelo Trump com a seguinte mensagem de boas-vindas: "Nunca desista dos seus sonhos"
por
Ricardo Bellino
11 de dezembro de 2023
IG
Durante meu ano sabático na ilha de Key Biscayne, criei uma coleção de arte reciclando mais de 150 mil cápsulas de café Nespresso.
Entre os personagens icônicos que retratei, estava Donald Trump, com quem literalmente escrevi uma das aventuras empreendedoras mais emblemáticas da minha trajetória.
Ao entrar em seu escritório na Trump Tower, em Nova Iorque, pela primeira vez, em janeiro de 2002, ouvi do Trump a famosa sentença de morte: “You have 3 minutes” (você tem 3 minutos para me vender a sua ideia).
O final da história está escrito em centenas de artigos e livros publicados em mais de 15 países, entre eles um de minha autoria (“3 Minutos para o Sucesso”) e outros três livros de autoria do próprio Donald Trump (“Think like a Billionaire, How to Get Rich e Trump 101”) (“Pense como um bilionário, Como Ficar Rico e Trump 101”, em tradução livre).
O mais curioso desta história é que o projeto, motivo daquela reunião, nunca chegou a ser construído, o que não impediu que Trump e eu ganhássemos milhões de dólares juntos.
A grande lição que extraí daquela experiência foi a de que, independente do desfecho de um negócio, especialmente quando as coisas não saem como planejado, ou até mesmo saem mal, você pode sair com elegância, pela porta da frente e assim manter as janelas abertas para futuras oportunidades.
E assim, quando decidi homenagear Trump com um dos quadros da minha coleção de arte, em 2008, dois anos após vender minhas participações acionarias na Trump Realty Brazil S/A, marquei um novo encontro com ele na Trump Tower.
Ao entrar naquele mesmo escritório, onde em janeiro de 2002 ouvi a antológica frase, que se tornou minha marca registrada (“you have 3 minutes”), fui recebido pelo Trump com a seguinte mensagem de boas-vindas: “Bellino, you never give up” (Bellino, você não desiste nunca).
Após ouvir elogios pela obra e tirarmos uma foto para a posteridade, Trump instruiu sua assistente pessoal que encontrasse uma parede especial em seu escritório para pendura-lo.
Antes de nos despedir, Trump me convidou para sentar e tomar um café e me disse: “Se fomos capazes de ganhar dinheiro com um projeto que nunca foi construído, imagine o que podemos fazer quando construirmos um de fato”.
Após uma longa conversa sobre possibilidades de novos negócios, que incluía levar o concurso Miss Universo para o Brasil (Trump foi o dono dos direitos globais do Miss Universo por muitos anos) e procurar novas propriedades a beira mar, assinamos uma carta de intenções logo após o cafezinho. Isso mesmo que você está lendo. Logo após concluída a nossa conversa, Trump chamou a sua secretária e ditou uma carta em voz alta, me dando amplos poderes para prospectar novos negócios no Brasil.
No final, o concurso foi televisionado no Brasil pelo grupo Bandeirantes de Televisão e opcionamos várias propriedades, entre o litoral norte de São Paulo e Rio de Janeiro.
Em função de sua agenda política, Trump se candidatava pela primeira vez a corrida presidencial nos EUA, decidimos interromper as iniciativas imobiliárias.
A lição que fica no final desta história é que você não pode desistir nunca dos seus sonhos e precisa aprender a sair bem, mesmo quando as coisas saem mal e assim preservar as relações entre as pessoas. Essa dica vale tanto para os negócios, quanto para os relacionamentos pessoais.
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