Se o corte se confirmar, a Selic chegará ao menor patamar desde março de 2022
por
Luís Felipe Granado
13 de dezembro de 2023
IG
O Banco Central (BC) deve cortar nesta quarta-feira (13) a taxa básica de juros (Selic) pela quarta vez seguida, levando o índice ao menor patamar desde março de 2022. A expectativa da maioria do mercado, seguindo a indicação da própria autoridade monetária, é de queda de 0,5 ponto percentual, levando a taxa de 12,25% para 11,75%.
Esta será a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no ano de 2023. O comitê se reúne a cada 45 dias para deliberar sobre o direcionamento da taxa básica da economia.
A previsão do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, é de que a Selic encerre o ano em 11,75%. Para o próximo ano, as projeções do mercado indicam uma taxa de 9,25%.
“Consideramos ainda como mais provável que o comunicado repita a mensagem de que os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o estrategista-chefe Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein.
A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) também projeta que o ritmo de queda de 0,50 p.p. dos juros deve ser mantido no próximo encontro do Copom.
Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC, alerta que apesar de que a inflação deva fechar o ano de 2023 em patamar mais baixo do que o inicialmente antecipado e ficar dentro do intervalo de tolerância da meta, as expectativas inflacionárias para 2024 e 2025 ainda permanecem desancoradas, exigindo uma política monetária em campo restritivo.
“Mesmo com uma evolução fortemente benigna para a inflação de serviços, das medidas de núcleos e subjacentes, ainda não se constata um movimento de queda consistente nas expectativas inflacionárias, o que é um fator complicador para a política monetária”, avalia Gonçalves.
Como contraponto, destaca que os movimentos desde a última reunião do Copom foram positivos para o balanço de riscos.
“A melhora nas condições financeiras, expressa na significativa queda nas taxas de juros de longo prazo nos EUA, reduziram as pressões externas que elevavam o grau de incerteza da inflação e exigiam cautela do Copom”, comenta Gonçalves.
Um corte na taxa básica de juros pode ter vários impactos na economia e na vida das pessoas, incluindo:
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